O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (30). Na comparação com o mesmo período de 2024, o avanço foi ainda mais robusto, de 2,9%. O desempenho positivo indica um início de ano promissor e traz otimismo moderado ao cenário macroeconômico.
O principal motor da economia no primeiro trimestre foi o setor agropecuário, que registrou um crescimento expressivo de 12,2%. A safra recorde de soja e outras culturas relevantes, como milho e café, ajudaram a puxar o desempenho, além de boas condições climáticas e ganhos de produtividade. O setor se beneficia também da forte demanda externa e da valorização de commodities agrícolas.
Outro fator decisivo foi o crescimento de 1,0% no consumo das famílias, sustentado por medidas governamentais como o aumento do salário mínimo, expansão de programas de transferência de renda e recuo da inflação de alimentos.
A Formação Bruta de Capital Fixo, um indicador de investimentos na economia, também surpreendeu positivamente, com alta de 3,1%, indicando maior confiança por parte do setor produtivo.
O setor de serviços, que representa a maior parcela da economia brasileira, teve uma leve alta de 0,3%. Já a indústria manteve estabilidade, com variação negativa de apenas 0,1%, refletindo os desafios enfrentados por alguns segmentos, como a indústria de transformação e a construção civil, que ainda sentem os efeitos dos juros elevados.
Apesar do bom desempenho no primeiro trimestre, o governo projeta uma desaceleração ao longo do ano, com crescimento do PIB estimado em 2,4% em 2025, abaixo dos 3,4% registrados em 2024.
As razões para a projeção mais modesta incluem o aperto da política monetária, cenário global mais incerto e limitações fiscais.
No geral, o resultado do primeiro trimestre de 2025 mostra que a economia brasileira ainda tem capacidade de reagir, mesmo em um contexto global desafiador.
O setor agropecuário mostrou sua força e os investimentos voltaram a dar sinais de vida, o que pode ser um bom indicativo para os próximos trimestres. Ainda assim, a manutenção do crescimento dependerá de avanços em reformas estruturais, estabilidade fiscal e redução sustentável da taxa de juros.