Inteligência Artificial: Impulsionando a Competitividade Empresarial

(Insights do jantar Mercado & Opinião com Izaias Pertrelly (Blue Saúde), Diego Barreto (iFood) e Junior Borneli (StartSe).)

 

Lucas Borges*

 

Na mais recente edição do jantar Mercado & Opinião, três líderes empresariais compartilharam como estão utilizando a inteligência artificial (IA) para transformar seus negócios. A discussão evidenciou que a IA não é apenas uma tecnologia de suporte, mas sim um elemento central nas estratégias de crescimento e competitividade.

 

Blue Saúde: IA para escalar com personalização

A Blue Saúde, liderada por Izaias Pertrelly, tem se destacado na transformação do setor de saúde suplementar ao adotar a IA como eixo estratégico de sua operação. Com esse avanço a empresa conecta e interpreta dados clínicos e operacionais em tempo real, antecipando riscos e oferecendo atendimento médico altamente personalizado.

Soluções como assistentes virtuais, cabines autônomas (NUV Diagnóstica) e a integração entre canais físicos e digitais por meio da Rede Full permitiram à empresa escalar sua base de clientes com eficiência, mantendo baixos custos operacionais. O resultado foi um crescimento acelerado — mais de 1.700% no faturamento em um ano, ao mesmo tempo em que elevou a qualidade do cuidado. 

 

iFood: IA como base da eficiência em hiperescala

Durante sua fala, Diego Barreto, do iFood, destacou uma distinção fundamental:

“Uma coisa é você ter inteligência artificial na sua empresa. Outra, bem diferente, é ter a IA como engrenagem da sua empresa.”

Essa afirmação resume a abordagem do iFood: mais do que utilizar a IA como ferramenta auxiliar, a empresa a incorporou profundamente à sua operação e estratégia. Com mais de 120 modelos de IA ativos, a tecnologia permeia desde a logística de entregas até a prevenção de fraudes em tempo real, passando por personalização de ofertas, gestão preditiva de demanda e otimização de rotas.

O impacto é significativo: com mais de 100 milhões de pedidos por mês, o iFood comprova que a IA pode ser uma alavanca para o crescimento escalável, mantendo controle, eficiência e foco na experiência do cliente. Barreto reforçou que essa inteligência distribuída é o que permite à empresa escalar sem abrir mão de qualidade.

 

StartSe: IA e ambidestria empresarial

Junior Borneli trouxe uma provocação relevante: para prosperar na era digital, as empresas precisam dominar a ambidestria organizacional — ou seja, a capacidade de explorar novas tecnologias como a inteligência artificial, sem comprometer a eficiência da operação atual.

Segundo ele, negócios ambidestros são aqueles que conseguem inovar continuamente enquanto mantêm excelência nos resultados. Nesse contexto, a IA atua como motor dessa transição, automatizando tarefas repetitivas, permitindo decisões orientadas por dados e liberando tempo para iniciativas estratégicas.

Borneli reforçou que, em um ambiente de disrupções constantes, o sucesso do passado não garante cadeira cativa no futuro. As empresas que se apegam a modelos antigos, mesmo que bem-sucedidos, correm o risco de se tornarem obsoletas. Aquelas que conseguirem combinar execução eficiente com reinvenção contínua com a IA como aliada estarão melhor posicionadas para liderar as transformações que moldam o futuro dos negócios.

 

M&O

O jantar do Mercado & Opinião reforçou que a inteligência artificial é hoje uma ponte entre eficiência operacional e inovação contínua. De setores como saúde à logística, da gestão à estratégia, a IA vem se consolidando como alavanca essencial para um crescimento sustentável.

Empresas que compreendem seu potencial e a integram com visão estratégica especialmente dentro de uma lógica de ambidestria não apenas estarão preparadas para o futuro, mas também serão protagonistas na construção dele.

 

*Lucas Borges, pesquisador e financista, especialista em Private Equity pela HBS e Financial Accounting pela LSBF.

Membro do Comitê de Empresas Familiares do Insper e Membro do Harvard Alumni Club Brazil (HACB).

 

Continue Lendo

Notícias Relacionadas